Lutando no epicentro da pandemia

| 27 Abril, 2020.

Vitor Ferrer | Foto: arquivo pessoal.

São Paulo é atualmente o estado que concentra o maior número de casos de coronavírus no país. Lá, o jovem médico, de apenas 27 anos, Vitor Ferrer Sandres Melo, discípulo do Corpo Instrutivo do Núcleo Rei Divino (Mairiporã-SP), é um dos bravos combatentes que diariamente lutam para tratar pessoas e vencer este desafio.

Vitor, que também é cirurgião, trabalha em quatro hospitais, em três deles como intensivista. Com as cirurgias eletivas suspensas, a quantidade de plantões em UTIs aumentou. Hoje, ele dedica em média 72 horas semanais ao trabalho, e durante a quarentena chegou a fazer seis plantões em uma única semana. Ele conta que, além dos cuidados com a higiene e o uso dos equipamentos de proteção individual, se ligar no Mestre Gabriel tem sido um recurso para se preservar e manter a esperança.

Ele é daqueles médicos que cumprem rigorosamente os rituais de prevenção, mesmo fora do ambulatório. Ao sair do trabalho e entrar no carro, passa álcool na maçaneta, no volante e no câmbio do veículo. Se for hospital com manobrista, borrifa também o banco.

Ao chegar em casa, deixa os pertences ao lado da porta pra limpar com álcool e tira os sapatos e as roupas pra lavar. Além disso, só deixa o isolamento doméstico para trabalhar, e em casos de extrema necessidade. “Tenho falado com meus familiares regularmente pelo telefone, mas sem encontrá-los fisicamente enquanto houver pandemia, para preservá-los”, conta.

Apesar de todos os desafios que a rotina médica tem lhe apresentado, o momento mais difícil para Vitor, ao longo dessas semanas, aconteceu longe do seu plantão. No dia 18 de abril, recebeu a notícia de que o querido amigo, colega de profissão e Conselheiro Luiz Carlos Ramalho, do Núcleo Lumiar (Nova Friburgo-RJ), onde Vitor também foi sócio, havia desencarnado vítima do COVID-19.

“Ele sempre auxiliou a todos que precisavam, com muita gentileza. Eu o admirava pelo seu conhecimento profissional e espiritual, e pela alegria que sempre transmitia. Para muitas pessoas dentro e fora da UDV, deixou saudades”, afirma.

A mudança na rotina, o sofrimento pela perda de pessoas queridas e tudo o que envolve este atual momento da humanidade têm levado o doutor Vitor Ferrer a refletir. Para ele, o momento mostra à humanidade que estamos todos no mesmo barco e, como discípulo da União do Vegetal, espera continuar despertando cada vez mais para plantar coisas boas e colher bons frutos.

“Como profissional de saúde, quero cuidar da minha saúde e da de minha família, e de quem precisar, para que eu possa continuar trabalhando com o mesmo amor à profissão que eu já sentia quando escolhi ser médico”, declara.

Com este mesmo sentimento, ele agradece à Direção do Centro por reconhecer o esforço de todos os médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e demais profissionais que hoje atuam no combate contra o COVID-19. “A homenagem é gratificante e fazer parte deste Centro é mais ainda.”

1 responder
  1. SABRINA CELLES CORDEIRO SILVA
    SABRINA CELLES CORDEIRO SILVA says:

    Grande Vitor! Com alegria acompanhamos de perto sua trajetória na faculdade de Medicina e tive a honra de estar na sua formatura, lhe desejando o mesmo que desejo agora: que a ligação espiritual aliada ao conhecimento médico faça a diferença na sociedade!
    Força e Luz, cuide-se!
    Saúde para todos nós!

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