Estudo investigou efeitos da chuva e do solo no desenvolvimento do Mariri

| 03 Outubro, 2022

A possível influência de fatores como fertilidade do solo, incidência de luz e de chuvas sobre o desenvolvimento do Mariri Tucunacá foi o tema da dissertação de Mestrado de Mirza Lago Bezerra junto ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). O trabalho de Mirza, que é engenheira florestal de formação e sócia do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal (Núcleo Menino Deus, Manaus-AM), contou com o apoio da Diretoria Geral (DG) e do seu Departamento de Plantio e Meio Ambiente (DPMA), através dos recursos oriundos da Faixa Adicional.

O cipó Mariri (Banisteriopsis caapi) é uma das duas plantas utilizadas pela União do Vegetal na preparação do Chá Hoasca (denominado também de Vegetal pela UDV e conhecido ainda como Ayahuasca), que seus sócios bebem para efeito de concentração mental. A outra é a folha da Chacrona (Psychotria viridis). Ambas são plantas nativas da Floresta Amazônica.

Diversidade

Mirza conta que a grande diversidade de formas que pode ser observada em diversas estruturas dos pés de Mariri, incluindo suas folhas e sua madeira, geram debates entre os estudiosos do reino vegetal. Há quem sustente que a variação se deve a diferenças de DNA e que, na prática, exista mais de uma espécie de Mariri. Porém, há outras possibilidades de explicação. Será que as diferentes condições ambientais em que cada pé brota e cresce poderiam ser a causa?  E quais podem ser esses fatores, e qual a extensão da influência de cada um?

Para encontrar respostas a essas perguntas, ela conduziu um amplo esforço de pesquisa. Graças ao apoio do Centro, Mirza conseguiu coletar amostras de Mariri nativo em 14 localidades, distribuídas entre os estados de Roraima, Amazonas, Acre e Rondônia. No total, foram colhidas amostras de 62 pés de Mariri, a maioria de Mariri Tucunacá, que terminou sendo o foco dos estudos.

Das coletas, foram analisadas 53 plantas. “Na academia, houve quem duvidasse que fosse possível concluir no período de um mestrado uma pesquisa nesta escala. Mas com o apoio da DG, do DPMA e da irmandade do Centro, o que parecia impossível tornou-se possível”, diz a pesquisadora.

>> Clique aqui e leia a íntegra da matéria publicada no Blog do site UDV Ciência que aborda mais informações a respeito desta dissertação de Mestrado.

9 respostas
  1. Lillian Mello
    Lillian Mello says:

    Gostei. Minha admiração pela iniciativa da pesquisa que foi deveras importante e bem elaborada! Mirza, você realmente fez um belo trabalho.

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  2. Gilca de Bosco Rosa da Fonseca
    Gilca de Bosco Rosa da Fonseca says:

    Fico feliz de ver uma jovem com uma atenção de pesquisar esse planta sagrada .
    Parabéns Mirza, você merece todo meu respeito

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  3. Ivan de Souza
    Ivan de Souza says:

    Bem interessante!
    A Força que traz o Mariri e a força que traz a pesquisadora, com sua tenacidade e compromisso, bancando seu intuito diante do ceticismo acadêmico, só poderia resultar nessa dissertação de sucesso.
    Parabéns, Mirza, por sua perseverança e pela contribuição à Ciência com essa pesquisa que vem acrescentar desenvolvimento e visibilidade de uma maior compreensão acerca do que é científico na sacralidade do Vegetal!
    Parabéns à União Do Vegetal pela sensibilidade em apoiar a cientista!

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  4. Samir Rodrigues de Faria
    Samir Rodrigues de Faria says:

    Parabéns Mirza, pelo excelente trabalho desenvolvido e pela dissertação de mestrado com esse tema tão caro e sagrado para nós Caianinhos.

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  5. Luiz Antonio de Andrade Alves
    Luiz Antonio de Andrade Alves says:

    vou ver o material, o que já considero de grande importância para esse momento e pesquisas futuras. Bom trabalho Mirza, e contou com o auxílio dos irmãos para conclusão, isso é União.

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