Do medo ao alívio
| 27 Abril, 2020
Há 17 anos, Márcia Ribeiro é enfermeira. Ela, que também é integrante do Quadro de Sócios do Núcleo Florestal, em Alta Floresta, Mato Grosso, integra a coordenação de monitoramento dos casos suspeitos de COVID-19 no município, e sentiu na pele o medo de ser uma possível portadora da enfermidade.
Em virtude da sua atuação na Saúde Pública, Márcia viaja bastante e o mês de março foi intenso. Ao retornar de uma dessas viagens, ela começou a apresentar sintomas relacionados ao coronavírus. Chegou a ter falta de ar e, para preservar a saúde do marido e dos dois filhos, se isolou dentro da própria casa.
Ela lembra que, enquanto não teve o resultado do exame em mãos anulando a suspeita, evitou sair de um dos quartos da residência. “Eu nunca senti o que eu senti. Não foram momentos fáceis”, diz.
Com o resultado negativo do exame, veio o alívio. Márcia Ribeiro pôde finalmente libertar-se do quarto e retomar a rotina de trabalho que, diga-se de passagem, tem sido intensa, haja vista que o jovem município de Alta Floresta, que tem apenas 41 anos, assim como praticamente todas as localidades brasileiras, não estava preparado para enfrentar uma pandemia.
Quando os casos começaram a aparecer e a Organização Mundial da Saúde decretou o novo coronavírus um problema de todo o mundo, os agentes de saúde de Alta Floresta tomaram um susto. Afinal de contas, não se tinha experiência com algo daquela proporção.
Foi então que se iniciou um trabalho novo, que começou do zero e funciona como uma Central de Inteligência. Nessa equipe, Márcia é uma das peças fundamentais. Como boa enfermeira, vai até os pacientes suspeitos e monitora a curva de crescimento da doença.
Diariamente, ao retornar para casa, ela cumpre de modo ritualístico os passos de prevenção recomendados pelas autoridades sanitárias. “Assim que chego tomo banho e não toco nas crianças, ou em qualquer das superfícies mais utilizadas pela família”, conta. Ela também faz questão de lavar as máscaras de pano com hipoclorito e adotar todos os cuidados possíveis.
O zelo de Márcia consigo, com a família e com a comunidade de Alta Floresta é o mesmo que ela enxerga na Diretoria Geral do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal com a irmandade, e que, em meio a este momento de grande preocupação e com tantas outras demandas para serem atendidas, lembrou de homenagear os irmãos que atuam na defesa da vida.
“Eu vejo que é um reconhecimento por essas profissões que servem ao próximo. Vejo que é uma demonstração do cuidado que nós, da União, temos uns com os outros.”
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Como faço para entrar em contato?
Estou viajando para alta floresta este final de semana e gostaria de visitar o nucleo
RESPOSTA: Oi, Cayo. Entre em contato com o Mestre Representante do seu Núcleo e ele direcionará melhor sua interação com outros Núcleos.