Conselheiro Galvão, mestre da Poesia e da Música
| 6 Dezembro, 2022
Jairo dos Santos*
Sabemos que essa nossa vida corrida, muitas vezes, não nos permite refletir mais detidamente sobre acontecimentos que merecem uma maior reflexão da nossa parte. Uma delas é a passagem de um amigo, um irmão, com o qual convivemos, para “os campos do Senhor”. Inicio assim essa singela homenagem ao nosso irmão, amigo e poeta Luiz Dias Galvão, que aos 87 anos de idade, fez a passagem em 22 de outubro passado, no Hospital do Incor, em São Paulo.
No quarto do hospital, quando se aproximava o momento da passagem, a sua esposa, a Conselheira Janete, fez algumas chamadas da UDV e rezou a oração “Salve Rainha”; logo após, um dos seus filhos, Kashi, entoou a Chamada da Conformação, no decorrer da qual o Conselheiro fez a passagem desse plano terrestre para uma das muitas moradas do nosso Pai Criador.
O Conselheiro Galvão nasceu no dia 22 de abril de 1935, no município de Juazeiro – Bahia. Foi casado com a Conselheira Janete e com ela teve três filhos: Lahiri, Kashi e Céceu. Foi também um pai amoroso de Pedro (Peu) e Alexandra, seus enteados.
Iniciou a sua caminhada na UDV como adventício em 21 de dezembro de 1992 no Núcleo Serenita (Lauro de Fretas- BA). Em junho de 1994 foi convocado para Corpo Instrutivo e em 1º de novembro de 1997, dia da Confirmação, recebeu a camisa com o CDC. Em 1998 passou a ser sócio do Núcleo Salvador (Salvador- BA).
Compositor de sucesso
Luiz Galvão é autor de grandes sucessos da melhor música brasileira, sendo, junto com Moraes Moreira, o compositor de quase 100% das músicas do grupo “Novos Baianos”, que revolucionou a cena musical brasileira na década de 70. “Acabou Chorare”, o disco que é considerado um dos 100 melhores LP’s já produzidos no mundo, foi também eleito, em outubro de 2007, pela revista Rolling Stone, como o melhor da história da música brasileira.
É também autor de alguns livros essenciais para quem quer conhecer com mais detalhes as histórias do próprio grupo, de João Gilberto e da música brasileira dos anos 1970: “Novos Baianos, a História do Grupo que Mudou a MPB”, “João Gilberto, a Bossa”, e “Anos 80: A história de uma amizade na década perdida”.
Presto aqui essa homenagem ao Conselheiro da UDV, Mestre da Poesia e da Música. Homem de Deus que realizou a grande vitória de ultrapassar as aventuras para um dia viver a Grande Ventura de ser discípulo de Mestre Gabriel. Um discípulo que antes de chegar na UDV já cantava “Cosmos e Damião” e já sabia ser “a língua portuguesa, a língua da luz…”.
Escrevo, principalmente, para os sócios e sócias, que não conheceram o Conselheiro Galvão. Merecedor da Honra de, nessa vida, ter sido discípulo do Mestre Gabriel e Conselheiro da UDV. Que seja para sempre lembrado. Escrevo pelo sentimento de ter sido um dos cativados, na UDV, pelo coração generoso e alegre desse poeta e irmão.
“Quem sabe um dia a gente volta a se encontrar, no espaço infinito, em uma estrela, em qualquer lugar. Talvez numa escola chamada Unidos de Nosso Senhor e o tema do samba enredo será simplesmente o Amor”.
(Unidos do Nosso Senhor, música do Grupo Xodó).
*Jairo Santos é integrante do Quadro de Sócios do Núcleo Salvador (Salvador – BA).
Deixe uma resposta
Want to join the discussion?Feel free to contribute!
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.
Bela e merecida homenagem!
Muito bonita a homenagem feita a este nobre senhor!
Tive o prazer de conhecer o C. Galvão no Núcleo Salvador e pude ver o quão culto era esse nosso irmão. Que Deus o receba em sua morada de luz.
Bonito texto, de reconhecimento. Quem tem um amigo, de valor, sabe o bem que tem. Parabéns pelo texto.
Conselheiro irmão querido, tive a alegria de jogar futebol com ele, e ouvir algumas de suas histórias maravilhosas. Uma vez nos contou que eles “Os Novos Baianos” se consideravam mais jogadores de futebol do que músicos, e de fato nosso amigo era um bom jogador, mas a poesia e a música dele(s) são de uma grandeza incomparável.
Obrigado. As letras do nosso poeta mudou a trajetória da música brasileira. É uma honra ser filho de um poeta.
Obrigado amigo
Tenho a honra de ter entre os meus amigos o C. Galvão e sua família desde os tempos áureos de Arembepe na Bahia onde eles e os Novos Baianos foram os primeiros a iniciar um movimento de paz e amor.
Amigo , Conselheiro, irmão de caminhada e poeta Galvão será sempre uma boa lembrança nas nossas memórias e no coração da minha família. Cativou a mim, Roberto e filhas com sua alegria. Foi ao casamento de nossa filha mais velha, Isadora e tivemos a honra de visitá-lo em sua casa e de C. Janete e de frequentar o mesmo núcleo, em São Paulo.
Pessoas de estima para nós! Que o Bom Deus o tenha recebido numa de suas moradas e que o Mestre Gabriel esteja sempre presente no coração de sua família, inspirando e conformando o coração de Janete e filhos.
Este texto em homenagem a ele faz bem ao meu coração, pelo reconhecimento de sua passagem entre nós e sua contribuição ao cenário cultural do nosso país.
Obrigado conselheira
O conheci em 2001, eu nem era sócio ainda. Perguntei como ele fazia com toda a história musical composta noutros tempos, e ao mesmo tempo para aconselhar.
A orientação foi fina: segue cantando de amor, de fraternidade, de natureza. E com isso canta Deus, mesmo que quem ouça não saiba que é na paz que reside Deus.
Desde então pude ter grandes conversas com Galvão, Janete, filhos, enteados, sendo sócio no mesmo núcleo de alguns no N São João Batista e depois no N Menino Galante. Gente simples, carinhosa e que sempre me tratou com gentileza. Galvão é eterno, independente da longa extensão a que chega sua obra.
Fico feliz pela homenagem ao C. Galvão, meu pai.
Nós, os filhos também estamos celebrando a vida do poeta, junto com outros herdeiros dos Novos Baianos , realizando shows com
Suas musicas e poemas
Ceceu, Lahiri e Kashi Galvão.
Bela e merecida homenagem ao poeta.
Que esse novo baiano possa encontrar repouso no Reino dos Céus. Cumpriu sua missão e deixou seu risco no chão deste velho mundo empoeirado.
Uma bela homenagem a esse irmão vitorioso. Abraço fraterno na família e irmandade que conviveram com ele. Que nosso Mestre o receba. Abração fraterno. C. Alysson N. Amor Vivíssimo 2a Região
Conheci o C Galvão na beira do poço, no sitio na Boca do Rio, na década de 70. Qual foi a alegria quando o vi de novo na União. Gênio da raça, deixou seu rastro de luz em sua passagem por aqui. Das aventuras pras venturas, trilhou um rico caminho no rumo do bem viver, deixando saudades. Que a língua da luz o veja de novo, em breve!