Caianinho: o discípulo do Mestre

Primeiro Encontro dos Mestres da Origem (atual Conselho da Recordação dos Ensinos do Mestre Gabriel). (Jaru – RO, 1987) |
Foto: Yuugi Makiuchi

O caminho da União do Vegetal é o da retidão, da boa conduta, do exemplo. Os caianinhos, como também são chamados os discípulos do Mestre Gabriel, devem orientar sua caminhada nessa direção, colocando em prática o que aprendem nas sessões. Mestre Gabriel orientava que para seguir na União do Vegetal é preciso andar direito na vida: “Pra me acompanhar, pra seguir comigo, tem que seguir é direito, torto não segue”.

Ele inclusive publicou artigo no Jornal O Guaporé, de Porto Velho, em julho de 1971, esclarecendo como é o comportamento de um sócio que frequenta a UDV. Intitulado “Velando enquanto dorme”, a publicação serviu de resposta à pregação de um reverendo católico, que fez críticas à União do Vegetal em seu sermão dominical.

“CONVICÇÃO DO MESTRE”

Outro exemplo está no acontecimento narrado na “Convicção do Mestre”, artigo também  publicado no jornal Alto Madeira, em outubro de 1967. O texto relata a prisão de Mestre Gabriel quando doutrinava 38 dos seus discípulos. Ele foi posto em liberdade no dia seguinte e encontrou os discípulos querendo mover uma ação judicial contra o delegado de trânsito (de plantão), que arbitrariamente havia efetuado a prisão.

A atitude de Mestre Gabriel foi de aconselhar os discípulos a não prejudicar o delegado. Em vez de investir recursos numa ação judicial, ele orientou a publicação de um texto no jornal para esclarecer o acontecimento à sociedade.

No artigo, o Mestre Gabriel mostra claramente qual o caminho do discípulo na União do Vegetal:

“Se nós ofendemos por qualquer parte, desobedeceremos o Divino Mestre. O Caminho é este, prestem atenção os que quiserem me acompanhar na missão. Podemos ser censurados por todos, mas não podemos censurar a ninguém; podemos ter inimigos, mas não podemos ser inimigos de ninguém; podemos ser ofendidos por todos, mas não podemos ofender a ninguém; podemos até ser julgados por todos, mas não podemos julgar a ninguém; podemos ser revoltados por todos, mas não podemos revoltar e nem ser revoltados por ninguém.”

Assim como aconteceu nesse caso, era comum Mestre Gabriel usar situações do cotidiano, sobretudo da irmandade, para trazer ensinos. Ele também estimulava a participação dos discípulos, não apenas nas sessões, mas também na própria organização institucional da UDV. Desde aquela época, cada um já colaborava da forma que podia na estruturação administrativa do Centro.

VIDA EQUILIBRADA, FAMÍLIA E ADOLESCÊNCIA

Convivência fraterna entre sócios e filhos de sócios da UDV na Sede Geral (Brasília – DF ) | Foto: Julio Trazzi

A União do Vegetal ensina como é possível ter uma vida equilibrada, com mais paz, harmonia e fraternidade. Os que decidem verdadeiramente seguir nesse caminho e colocar em prática os ensinos da UDV experimentam um processo de transformação gradual, com melhorias evidentes.

A mudança é percebida principalmente no âmbito familiar. É comum depoimentos de familiares de sócios que relatam uma melhoria no convívio e no comportamento destes. Em geral, os filiados do Centro passam a ter mais consciência dos valores da família e sua importância.

Há muitas famílias também cujos integrantes são todos da União do Vegetal. Os princípios morais da doutrina e o ambiente saudável dos Núcleos possibilitam às famílias um desenvolvimento mais orientado na vida. Os adolescentes são um exemplo disso. Na vivência dentro da União eles encontram as condições para a formação de um bom caráter, aprendendo a diferenciar o mal e o bem, e a fazer boas escolhas.