Mãe, a humanidade necessita desse amor

| 8 Maio, 2020

Antonia Torreão Herrera*

Conselheira Antonia Herrera e seus sete filhos | DMC/Núcleo Serenita.

Na perfeita ordem da Natureza, foi dada à mulher a capacidade de ser mãe, gerar em seu ventre um outro ser, a serviço da vida. Acolher um ser em si, dando alimento e possibilidade de se formar, não é uma simples engenharia, desenvolve-se juntamente com o bebê um sentimento único e quase inexplicável, o sentimento de ser mãe.

A Natureza também possibilitou à mulher receber em seu coração, em seu colo, um filho que busca uma mãe e, num gesto de amor, criá-lo com todo o seu potencial maternal, apurando seu instinto inerente à sua condição de ser mulher.

Quando chega o filho, nasce com ele a mãe com todos os seus sentidos aguçados. Sim, uma mãe recebe da Natureza esse dom: aguçar seus cincos sentidos. O olhar amoroso que contempla e observa os movimentos do bebê, da criança, do jovem, do adulto, do filho; o ouvido afiado para escutar o choro, o sorriso, os ais e as manifestações de alegria de seu filho em sua trajetória; o tato para sentir a textura de sua pele, a temperatura de seu amor; o paladar para adoçar a amargura do remédio e temperar o sabor do alimento; o olfato para separar o saudável do estragado, para sentir o cheiro de seu filho e o momento do asseio. Esses sentidos se unem numa percepção que totaliza o amor de mãe: cuidado, atenção, zelo, acolhimento.

Aguça-se também a intuição, um elo com o Poder Superior, com a Virgem Maria, para guarnecer seus filhos. E ainda existe os braços para abraçar, a boca para beijar, as mãos para acarinhar e alguns puxões de orelha para orientar o caminho.

À imagem dolorosa de mãe, a Pietá (Maria com Jesus morto no colo) sobrepõem-se as duas imagens de Sant’Ana: a Sant’Ana mestra com Maria sentada no colo, ensinando-lhe as sagradas escrituras, e Sant’Ana Guia, conduzindo Maria pela mão, abrindo-lhe o caminho. Logicamente que são modelos exemplares para nós: ensinar os princípios de Deus e guiar nossos filhos no caminho do Mestre.

Ser mãe é ser mulher e ter consciência de seus sentidos a serviço de sua missão, é aprender a receber e se doar, é aprender a ter gratidão. É desenvolver um olhar, uma escuta, um sabor, uma sensibilidade olfativa e uma mão de carinho para todos os filhos de Deus, se irmanarem com a Terra-mãe, numa recepção ampla, maternal, humana. Tocar de leve no manto de Maria para acender um verdadeiro coração de mãe em cada uma de nós. Todos precisam de uma mãe.

Neste momento que a humanidade está vivenciando, alarga-se nossa compreensão para o sentido de ser humano e as mães têm tempo e oportunidade de pausar e sentir com vigor o amor de mãe. A humanidade necessita desse Amor.

*Antonia Torreão Herrera é mãe de 7 filhos, tem 15 netos e 2 bisnetos, e é integrante do Corpo do Conselho do Núcleo Serenita, Lauro de Freitas (BA).

Leia também: Às mães, com carinho

11 respostas
  1. Lita Passos
    Lita Passos says:

    Palavras sábias, divinas e singelas. Quanta beleza e encanto há no coração de uma verdadeira mãe. Quanta poesia e bênçãos. Viva Nossa Senhora, a virgem mãe!

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  2. Mosalia Moreira Pires
    Mosalia Moreira Pires says:

    Tanta sensibilidade pra perceber e sentir esse lugar de mãe, como um dos maiores presentes da natureza!! Reconhecer Sant’Ana como modelo e guia. Ter a conexão com a Virgem Maria e o Poder Superior numa “recepção ampla, maternal e humana”, tem que ser coisa de Deus mesmo! Parabéns, C. Antônia Herrera! Tô um tanto emocionada e me sentindo acarinhada com essa leitura… Gratidão ♥️

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  3. Carla J. Ramos Arléo Barbosa
    Carla J. Ramos Arléo Barbosa says:

    É gratificante poder ler e sentir o Amor brotar de tão ternas palavras. Gratidão.
    Desejo que a Luz de Maria chegue cada vez mais aos nossos corações e assim possamos emanar mais Amor e ternura ao mundo. Abraços fraternos a todas as mães da UDV.

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  4. Karla Torreao Herrera
    Karla Torreao Herrera says:

    Linda e tocante mensagem de amor, com imagens poéticas que traduzem uma realidade profunda. “ Tocar de leve o manto de Maria para acender um verdadeiro coração de mãe em cada uma de nós.”
    É nosso caminho de busca dessa luz pura!
    Grata, Cons. Antonia!

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