A alegria de Conselheira Ritinha

Alexandre Retamal*

| 16 Novembro, 2018

Rita Gomes de Oliveira, nossa querida Conselheira Ritinha, nasceu em 16 de novembro de 1948, numa localidade chamada Cajueiro, no estado do Ceará, e inteira, hoje, 70 anos. Quando criança, em 1953, ainda com cinco anos, foi para Porto Velho – então território de Rondônia, junto com seus pais Pedro e Maria José, ambos também cearenses. Tinha 19 anos quando conheceu, no início de 1968, Francisco Herculano de Oliveira, que ela, carinhosamente, chama de “Chico”.

Mestre Herculano conta que já estava na União do Vegetal fazia quatro ou cinco meses quando conheceu Ritinha e que, logo em seguida,  trouxe-a para beber o Chá, mas nenhum dos dois recorda exatamente a data de quando se conheceram nem de quando Rita recebeu o primeiro copo de Vegetal. O que eles lembram é que, com poucos dias, já foram morar juntos. E quem os conhece bem sabe que eles não são muito ligados mesmo nesses detalhes de datas, mas reconhece a importância que esse casal tem para toda a União do Vegetal, pelo exemplo da simplicidade e da moral que nos transmitem e nos ensinam com tanta naturalidade.

A oficialização do casamento só foi acontecer mais de 12 anos depois, quando, em 19 de outubro de 1980, ainda com a Sede Geral em Porto Velho, foi dado início a celebração de casamentos na União do Vegetal. Mestre Douvel (atualmente Mestre Assistente Central da 8ª Região), que foi o celebrante, conta que primeiro casou Mestre Braga com a Conselheira Dionéa e, poucos instantes depois, casou Mestre Herculano com Ritinha.

Convivência com Mestre Gabriel

Na época do Mestre Gabriel, Ritinha estava no Quadro de Sócios, mas pôde participar de diversas Sessões de Vegetal com a presença dele e lembra bem as palavras do Mestre, principalmente, por sua forma direta e clara de falar e tirar as pessoas da “ilusão”. Certamente, esse foi um dos ensinamentos do Mestre que a Conselheira Rita melhor absorveu, pois ela é uma especialista em nos tirar da “ilusão”, sempre mostrando, com sua forma alegre e direta de ser, o quanto as coisas podem ser mais simples do que a gente pensa ou sente.

Junto com Mestre Herculano e com todos os nossos primeiros e valorosos irmãos, Ritinha é uma das sócias fundadoras do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal. Foi convocada para o Corpo Instrutivo e Corpo do Conselho depois da passagem do Mestre Gabriel: para o Corpo Instrutivo, ela não lembra a data, só sabe que foi no início de 1983; para o Corpo do Conselho, foi convocada em 12 de novembro, também de 1983, já no Núcleo Estrela do Norte em Porto Velho, pelo Mestre Representante, na época, que era o Mestre Braga.

Pilar de sustentação da família

Rita é também um pilar de sustentação para sua família. Primeiro, por ter apoiado Mestre Herculano nesses mais de 50 anos no cumprimento dessa importante Missão, que é a continuidade da Obra do Mestre. Mas também por toda a dedicação aos seis filhos do casal: Isabel, Gerusa, Rosélia, Mirlande,  Anerlande e Julio César. A família vem crescendo e, hoje, são também seis netos: Emanuel Herculano, João Davi, Ana Paula, Ana Carolina, Juliana e Ana Laura. Segundo, contam Isabel e  Rosélia, sua irmã Gerusa nasceu prematura, “e é uma filha especial”. Assim, todos os filhos que vieram depois da Gerusa, era como se Ritinha cuidasse de gêmeos, pois Gerusa sempre precisou dos cuidados dela. Até hoje em dia, dizem as irmãs com carinho, a Gerusa é a criança da casa, que alegra a todos.

Fazendo parte da Direção do Centro, tem as Conselheiras Isabel, Rosélia, Anerlande; do Quadro de Mestre, Julio César.  Quase toda a família segue a União do Vegetal, mostrando e transmitindo o que aprenderam com Mestre Herculano e Conselheira Rita. Nas palavras de Rosélia e Isabel:

 “Nossa mãe, uma pessoa de fibra, trabalhadeira e sempre dando apoio ao nosso pai. Ele sempre ocupou cargos na União do Vegetal e todas as vezes contando com o apoio dela. Pois, mesmo quando éramos todos crianças, ele já ocupava o cargo de Mestre Central da Região Norte e quando viajava para atender a Região, que na época abrangia Rondônia, Acre e Manaus, nossa mãe ia trabalhar no comércio deles, o Foto União. Assim, ela, além de tomar conta da casa e dos filhos pequenos, era também a companheira de trabalho dele, com quem ele contava para o substituir na ausência de seu trabalho, quando precisava atender a UDV”. 

Suas filhas lembram também que a Conselheira Rita tem uma pequena contribuição dentro de como está a estrutura hoje da equipe da Organ:

“No início dos anos 80, na maioria dos Núcleos em Porto Velho, a Organ era geralmente a esposa do Mestre Representante. Assim, no Núcleo Estrela do Norte, enquanto o Mestre Braga era o Mestre Representante, a Conselheira Dionéia  era a  Organ, e  nossa mãe era a pessoa que a acompanhava nos trabalhos, funcionando como uma auxiliar, mas não tinha nada ainda oficializado. Quando o Mestre Herculano ocupou o cargo de Mestre Representante do Núcleo, na sequência, após o Mestre Braga, a Conselheira Rita ocupou o cargo de Organ, porém ela conseguiu junto ao Mestre Braga, que então era o Mestre Geral Representante, para que ela tivesse uma Auxiliar direta que acompanhasse os trabalhos junto com ela e a substituísse em sua ausência. Assim, a Conselheira Izabel Braga foi a primeira auxiliar oficial, dando inicio a esse posto de Auxiliar da Organ”, relatam Isabel e Rosélia.

Cativando os irmãos de Brasília

Nós também, aqui em Brasília, tivemos a oportunidade de conviver com a Conselheira Ritinha bem de perto, durante os seis anos em que Mestre Herculano ocupou o lugar de Mestre Geral Representante, de 6 de janeiro de 2009 a 6 de janeiro de 2015. Alguns de nós almoçávamos na casa deles toda semana, e até mais de uma vez. Sempre éramos recebidos com uma mesa farta, com uma alimentação simples, mas saborosa. E ai daquele de nós que não comesse bastante. Ritinha muitas vezes servia nossos pratos e, se a gente não o tirasse, ela continuava servindo. Dizia que era para não ter que guardar comida. Mas era também seu jeito de brincar conosco e nos cativar.

Nesses almoços, um de nós sempre tinha que fazer uma oração. Vivemos momentos memoráveis e muito engraçados por isso. O Mestre Herculano ou a Ritinha escolhiam quem iria fazer a oração e, depois, ficavam esperando. Alguns se empolgavam, outros se intimidavam ou gaguejavam. E eles só olhando. Quem já estava acostumado e já tinha passado pela situação ficava olhando também o cidadão ter que fazer uma oração na frente do Mestre Geral Representante e sentado na mesa da casa dele. E Mestre Herculano e Ritinha levavam a sério, mas sempre pareciam também estar rindo por dentro – e, muitas vezes, por fora – com bom humor e um jeito de nos ensinar que é só deles.

Somos gratos a esse casal, por tudo que vem nos ensinando. E especialmente à Conselheira Ritinha nesta data de seu aniversário, desejando saúde e força para continuar entre nós por muitos anos ainda, cativando-nos com sua alegria e nos ensinando com simplicidade.

*Alexandre Retamal é Mestre Responsável pela Distribuição Autorizada de Vegetal de Luziânia (GO) e Secretário da Representação Geral. A elaboração deste texto teve o apoio das Conselheiras Isabel Oliveira (Núcleo Jardim Florescendo – Gainnesville – Flórida, EUA) e Rosélia Oliveira (Núcleo São Miguel – Porto Velho, RO), filhas da Conselheira Ritinha e Mestre Herculano.