Juiz federal defende trabalho da UDV

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Juiz Federal Jair Facundes fala dos benefícios que a UDV proporciona à sociedade

O juiz federal Jair Araújo Facundes afirmou, durante sessão solene na Câmara Legislativa do Distrito Federal, que a União do Vegetal está vivendo, de alguns anos para cá, um processo de reconhecimento. “Nesse processo, uma minoria que antes era oprimida pela maioria, passa depois a conquistar seu espaço e a ter os seus direitos reconhecidos pela sociedade. Assim, a minoria mostra para a maioria que são tão iguais quanto os outros”, explicou.

Facundes foi uma das autoridades que participaram da sessão solene em homenagem aos 40 anos da UDV em Brasília, realizada em 9 de maio deste ano, no plenário da Câmara. A sessão foi uma iniciativa do deputado distrital Dr. Michel (PP).

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Discursando da tribuna, o juiz lembrou um diálogo que teve com um governador do Acre, aonde a União do Vegetal possui diversos núcleos. Ao perceber que o gestor tinha especial atenção com os pedidos feitos pelos membros da UDV, tais como melhoria de estradas de acesso aos núcleos, campanhas de vacinação etc., o Juiz lhe perguntou por quê atendia prontamente àqueles pedidos. A resposta do governador foi que a UDV colabora com a redução da violência, pois seus membros são pacíficos e suas famílias, equilibradas.

“Lá, as crianças têm bom rendimento na escola, as pessoas cuidam dos filhos, eles não bebem, não usam drogas nem fazem bagunça”, esclareceu o governador que concluiu para o juiz que investir em comunidades hoasqueiras representa economizar dinheiro do Estado com hospitais, polícia e vandalismo.

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Valores

Facundes observou que na UDV existem, jovens, crianças, adultos, juízes, delegados, militares, seringueiros, comerciantes, tão iguais quanto tantos outros brasileiros. Facundes lembrou que a União do Vegetal tem um trabalho importante de alfabetização, de preservação do meio ambiente, de solidariedade e amor ao próximo, mas destacou que, de todas ações desenvolvidas pela UDV talvez seja a de perpetuação de valores.

“Os países do mundo todo precisam muito disso, nessa crise enorme de valores que a Humanidade enfrenta atualmente, porque nós só temos condições de decidir, em nosso dia a dia, se vamos seguir o caminho do mal ou o caminho do bem, se nós tivermos em nossa vida pessoas que nos serviram de exemplo e de inspiração”, afirmou Facundes.

Citando diversos pensadores e filósofos, ele lembrou que a formação moral e intelectual do ser humano se faz por meio de pessoas e símbolos culturais que servem de exemplo ao longo da vida: “Pai, mãe, avós, tios e outros símbolos que, se não forem boas referências, o futuro cidadão corre o risco de se tornar marginal”, afirmou.

Alto Santo

Jair Araújo Facundes é Juiz federal há 13 anos. É nascido na localidade de Alto Santo, próximo a Rio Branco, no Acre, onde participa desde criança de uma comunidade tradicional que tem o mesmo nome da localidade e que utiliza o chá Hoasca como sacramento.

Considerado uma referência no estudo do direito relacionado ao uso religioso do chá Hoasca, Jair Facundes tem mestrado em Constituição e Sociedade pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), aonde defendeu tese sobre o assunto. Ele também integrou o Grupo Multidisciplinar de Trabalho do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas  (Conad), órgão do Ministério da Justiça,  responsável pela resolução que regulamentou o uso religioso do chá Hoasca no Brasil.