Crescem na UDV ações pela conservação de recursos naturais

Cristiano Gobbi*

Reflorestamento de 12 mil m² completou 25 anos e está em plena expansão | Fonte: Google Earth.

Departamento de Plantio e Novo Encanto trabalham juntos por uma espiritualidade ativa na preservação do meio ambiente. 

A expansão no Brasil do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal tem produzido um efeito que começa a ser percebido e estudado: a preservação dos recursos naturais nos Núcleos da UDV e o consequente impacto das boas práticas ambientais entre sócios e nas comunidades em que estamos inseridos.

Nosso blog já publicou aqui reportagem que mostra como o plantio de Mariri e Chacrona nos Núcleos da Região Norte tem contribuído para a conservação das florestas. Mas em outras regiões do país também já se pode notar esse mesmo resultado, inclusive na recuperação de áreas degradadas.

O trabalho realizado no Núcleo Alto das Cordilheiras (Campinas-SP, 3ª Região) é um bom exemplo disso. A área de 12 mil metros quadrados do Núcleo, que há 25 anos era um terreno de pasto, com terra compacta e vegetação de vassourinha, hoje é uma frondosa floresta. Em seu interior, além das plantas sagradas utilizadas para o preparo do Chá Hoasca, existem inúmeras espécies da fauna e da flora, em uma extensa área verde, que se sobressaem em imagens de satélite.

O processo de reflorestamento dessa área ganha ainda mais relevância quando se faz um levantamento da realidade atual da cobertura de vegetação na Região Metropolitana de Campinas. Segundo estudo realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica, de 2004 a 2014, a região perdeu 17,1% de sua área de floresta. De acordo com esse estudo, da área original de Mata Atlântica, o município conta apenas com 3,32% de mata remanescente. Ou seja, dos 324 mil hectares originais de mata, restaram apenas 10,7 mil hectares.

Segundo o Diretor do Departamento de Plantio e Meio Ambiente do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal, Armínio Pontes, o processo de desmatamento das áreas do entorno e a urbanização das regiões têm colocado em destaque as áreas de terra dos Núcleos da UDV como nichos de áreas verdes. “Existem muitos casos como esse, do Núcleo Alto das Cordilheiras, em que no início as áreas eram totalmente desmatadas, e hoje são áreas verdes com florestas plantadas pela nossa irmandade”, explica.

Agroecologia

No Núcleo Alto das Cordilheiras são utilizadas técnicas de agroecologia no manejo da área reflorestada. O trabalho é feito pela equipe do Departamento de Plantio do Núcleo, em conjunto com a Associação Novo Encanto de Desenvolvimento Ecológico, entidade parceira da União do Vegetal.

O monitor do Departamento de Plantio, Péricles Lima, participou do início do reflorestamento da área. Segundo ele, o uso de adubo orgânico e o manejo de plantas, conforme as necessidades da floresta e do plantio, são exemplos das técnicas utilizadas no local. “O resultado é que hoje a floresta vem se expandindo”, observa Péricles.

Espécies nativas de abelhas sem ferrão, excelentes polinizadoras, também têm sido introduzidas para aumentar a biodiversidade local, como explica Edmilson Rui, um dos auxiliares da monitoria da Novo Encanto no Núcleo. A prática gerou uma publicação: o Manual de Criação de Abelhas Jataí, um guia de referência para que a iniciativa seja replicada em outros Núcleos da UDV.

Novo Encanto

Para o presidente da Associação Novo Encanto, Teodoro Irigaray, ações como estas são importantes para que haja mais consciência da necessidade da preservação dos recursos naturais. Segundo ele, a Novo Encanto planeja realizar um levantamento e uma quantificação da área reflorestada pela UDV em todos os biomas brasileiros. “Queremos demonstrar que é necessária uma visão espiritualizada da natureza para mudar o modelo de exploração predatória que quase destruiu a Mata Atlântica e coloca em risco o Cerrado e a Floresta Amazônica em nosso país”, resume.

Hoje, na UDV, é essa visão espiritualizada da natureza que vem fazendo com que os Núcleos e áreas de plantio se tornem, cada vez mais, áreas verdes de floresta e vegetação preservada. E a parceria do Departamento de Plantio com a Novo Encanto tem contribuído muito para que o Centro possa avançar ainda mais nesse sentido, em uma espiritualidade ativa na preservação do meio ambiente.

*Cristiano Gobbi é integrante do Corpo Instrutivo no Núcleo Serenita (Lauro de Freitas – BA, 4ª Região). 


Publicado em 9 de maio de 2017. 

3 respostas
  1. Célia
    Célia says:

    Acho fundamental esse tipo de ação, que é para todos…vai além da União do Vegetal… preservação do planeta é um dever de todos… as florestas replantadas, renovam o meio ambiente… flora, fauna e água…

    RESPOSTA: Certamente, Célia. A Novo Encanto, inclusive, tem realizado diversas ações fora do ambito da União do Vegetal.

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  2. Almir Nahas
    Almir Nahas says:

    Ampliar o conhecimento e aprender a manejar recursos naturais é um modo prático e essencial de mudar o mundo. Estamos começando a aprender.

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