Mestre Pequenina, uma mãe para todos nós

Cristina da Luz *

Mestre Pequenina em visita a Mamu, Bolívia, em 1972, onde havia um pequeno grupo de discípulos da UDV. A pessoa que a recebe chama-se Nonato, hoje discípulo do Núcleo Mestre Nesclar, em Buritis (RO) | Foto: Mestre Cícero.

Raimunda Ferreira da Costa, Mestre Pequenina, sempre preparava uma mensagem à irmandade da União do Vegetal por ocasião do Dia das Mães.

Saudosamente, a ela homenageamos nesse dia. A mulher escolhida por José Gabriel da Costa para ser sua esposa, companheira, mãe de seus oito filhos. Simples, forte e leal a seu marido. A mãe da família com a qual Mestre Gabriel criou a União do Vegetal onde ela deveria nascer.

Uma pessoa capaz, para estar a seu lado na busca pelo tesouro de riqueza espiritual que auxiliou a construir, sendo parte dele. Uma pessoa para acompanhá-lo, ao testemunhar e zelar por uma obra sagrada que nasceu para ser uma imensa família na Terra.

Dona da casa de onde a União do Vegetal teve início para circular o mundo, Mestre Pequenina diz em um de seus depoimentos gravados que é a primeira discípula de Mestre Gabriel, de quem recebeu o seu primeiro copo de vegetal.

A força cabocla da simplicidade atravessou no tempo igarapés e seringais, rios e estradas, provações e desafios, sempre com os filhos e a confiança em seu marido. O amor e a confiança em Mestre Gabriel que a fizeram dizer, olhando para as autoridades e irmãos presentes no Plenário da Câmara dos Deputados, quando o Congresso Nacional homenageou o cinquentenário da UDV, em ambiente bem distante da floresta: “Eu estou vendo… Ele falou que a União do Vegetal ia entrar nos países para dar paz para Humanidade….” E, lembrando sua trajetória de vida, no momento em que Mestre Gabriel , antes de partir, disse que ela ficaria com a União do Vegetal, Mestre Pequenina repetiu as palavras que dirigiu a ele: “A União do Vegetal será meu pai, minha mãe e tudo para mim”.

Mestre Pequenina sempre demonstrou a presença da fé nesse amor de família em seu coração. “Ainda que só por um momento, sinto que me renovo quando um filho meu pede a benção. Sinto que meu coração fica leve e minha mente sadia quando peço a Deus que ilumine meus filhos”. (Depoimento reproduzido no livro “Ser Mãe”).

 Sua benção, Mãe Pequenina.


* Cristina da Luz é integrante do Corpo do Conselho do Núcleo Pupuramanta, Rio de Janeiro-RJ (5ª Região). 

Publicado em 14 de maio de 2017. 

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