Banco de Matrizes de Mariri e Chacrona: preservando um tesouro

Rosana Campos*

| 20 março, 2019

O Banco de Matrizes tem como objetivo manter a qualidade das nossas plantas sagradas. Na foto, destaque para a Chacrona. Suas folhas são usadas no preparo do Chá Hoasca | Foto: DPMA.

Com o objetivo de desenvolver um programa de conservação genética do Mariri e da Chacrona, tendo em vista o risco representado pelo crescente desmatamento, foi idealizado o projeto Banco de Matrizes em Rede (BMR), aprovado pelo Conselho de Administração Geral (Conage) do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal, em setembro de 2018. Esse importante projeto, há muito tempo sonhado, hoje se torna realidade com o início da implantação do primeiro ponto da Rede no Núcleo Jardim da Realeza, na Vila Santa Luzia, em Cruzeiro do Sul (AC). O Núcleo foi escolhido com base em estudos técnicos, que apontaram o ambiente favorável de floresta preservada de propriedade da União do Vegetal e a ampla diversidade genética de Chacrona e Mariri na região.

O projeto prevê a localização das populações nativas de Mariri e Chacrona da região, onde serão feitas coletas do material genético, a produção de mudas em viveiro e seu cultivo em área de floresta do Núcleo. Todas as informações obtidas nas fases de coleta, viveiro e implantação no campo serão mantidas em um banco de dados disponível para consulta por pessoas autorizadas pela Direção Geral da UDV.

Foi dado o início das tratativas para instalação nos dias 15 e 16 de dezembro de 2018, e o Banco pretende garantir que essa diversidade das nossas plantas sagradas continue disponível para os responsáveis pelo plantio e a todas as gerações vindouras. “A implantação desse primeiro Banco de Matrizes é um marco na história do Centro e uma importante conquista de todos que estão se dedicando a mais esta jornada vitoriosa. A escolha do local está sendo uma decisão acertada, pois o lugar é mesmo propício para este projeto. Senti um acolhimento fraterno da Direção e irmandade e vejo a disposição de todos para a realização do projeto”, comentou Reinaldo Osmar Pereira, Diretor do Departamento de Plantio e Meio Ambiente (DPMA) da Diretoria Geral e membro do Quadro de Mestres do Núcleo Lupunamanta (Campinas-SP).

Nas palavras de Armínio Pontes, Coordenador Administrativo do Projeto Banco de Matrizes em Rede e Mestre Representante do Núcleo Menino Deus (Manaus-AM), “o Banco de Matrizes da UDV é um tesouro, do qual os irmãos do N. Jardim da Realeza serão os guardiões”. Pontes avalia como positiva a escolha do lugar, com estrutura e condições físicas necessárias, além de pessoas motivadas e comprometidas. “Acima de tudo, percebo o sentimento de amor e zelo dos irmãos do N. Jardim da Realeza, ingredientes necessários para iniciarmos este trabalho de grande importância no Centro”, afirmou.

Preservação

Marcio Silveira Armando, integrante do Corpo Instrutivo do Núcleo Canário Verde (Brasília-DF) e Coordenador Técnico-Científico do Banco de Matrizes em Rede, disse que “o cultivo do Mariri e da Chacrona próximo do local onde são nativos é para conservá-los em ambientes onde se sintam bem e possam expressar suas melhores características”.

De acordo com Maria Alice Corrêa, integrante do Corpo do Conselho do Núcleo Alto das Cordilheiras (Campinas-SP) e membro da equipe de capacitação do BMR, a implantação do Banco de Matrizes em Rede em Cruzeiro do Sul é resultado de diversas conversas de alinhamento entre a equipe técnica, sempre acompanhadas pela supervisão da Representação Geral e da Diretoria Geral, “o que nos dá uma segurança, buscando simplificação de procedimentos e de zelo com este trabalho. É uma área que indica condições de facilidade de acesso, água, floresta com perfil que contempla a necessidade do projeto, organização, liderança e uma boa equipe local”, observou.

José Beethoven Figueiredo Barbosa, da equipe de capacitação do Banco de Matrizes em Rede e Vice-Diretor de Pesquisas Científicas do DPMA, disse que sente o interesse e a dedicação da irmandade do Núcleo Jardim da Realeza na execução desta missão, “de fundamental importância para que tenhamos êxito”, avaliou.

*Rosana Campos é integrante do Corpo do Conselho do Núcleo Jardim da Realeza (Cruzeiro do Sul-AC) e secretária do Banco de Matrizes.

5 respostas
  1. Andréa Pereira Froes
    Andréa Pereira Froes says:

    Que alegria me traz essa União! Como faço para conhecer mais profundamente esse trabalho sagrado?

    RESPOSTA
    Cara Andréa,
    Somos gratos pelo seu comentário. Respondendo ao seu pedido, entre em contato através do seguinte endereço: https://udv.org.br/contato/

    Att,
    Equipe do Blog.

    Responder
  2. Luciane Guimaraes
    Luciane Guimaraes says:

    Parabéns aos responsáveis e todos envolvidos neste belo, importante e lindo projeto. Aos irmãos de Cruzeiro do Sul, um forte abraço e que o Mestre continue guarnecendo cada um de vocês e suas famílias ⭐️.

    Responder
  3. Osmar Vieira
    Osmar Vieira says:

    Importante iniciativa para o presente visando também o futuro de nossas gerações.
    Minha gratidão a toda a equipe que vem se esforçando para a implantação deste nobre projeto.

    Osmar Vieira
    Núcleo Porto Seguro (BA)

    Responder
  4. Ricardo Rezende
    Ricardo Rezende says:

    Excelente trabalho de preservação e estudo das matrizes nativas de Mariri e Chacrona. Acho importante que um dia cada Estado da Federação tenha sua floresta para preservaçao e nela exista um banco de matrizes de Mariri e Chacrona e 9 vegetal para estudo e fornecimento das plantas sagradas e vegetal para tado planeta para suprir a expansão da UDV e assim levar a luz, paz e amor para todos.

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